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Uma destas consequências é a nossa saúde. Vivemos hoje mais doentes do que alguma vez os nossos antepassados viveram. Deparamo-nos com casos crescentes de obesidade, diabetes, ataques cardíacos, doenças auto-imunes, depressão, alergias, intolerâncias alimentares, síndrome de défice de atenção e hiperatividade, autismo, etc. A doença crónica tornou-se tão generalizada que hoje em dia tende a ser quase banal.
Muito resumidamente, eles alimentavam-se de carne, peixe, fruta, vegetais e sementes, eram fisicamente ativos durante o dia, não passavam horas sentados, viviam em contacto direto com a natureza, em sintonia e ao ritmo dela.
Hoje alimentamo-nos de comida processada e industrializada sem os nutrientes necessários, vivemos num meio-ambiente mais tóxico, passamos longas horas sentados frente a um computador ou a televisão, dormimos menos, vivemos sob pressão e stress, trabalhamos mais horas e até nos momentos de descanso temos dificuldade em “desligar a ficha”. Tudo isto contribui para uma saúde fragilizada.
Se queremos viver plenamente saudáveis, temos de voltar a uma alimentação e a um estilo de vida mais próximos daquilo que os nossos genes conheceram inicialmente. Ser saudável abrange assim vários aspetos da nossa vida que devemos ter em conta e que nós queremos abordar hoje.
Iremos falar em 4 aspetos chaves:
A alimentação é um dos fatores determinantes para ser saudável. A qualidade dos alimentos que ingerimos é o que distingue entre sobreviver e viver. No entanto, grande parte da população consome alimentos industrializados e processados, cereais e açúcares que não contêm os nutrientes que o nosso corpo necessita. Por um lado, estes alimentos promovem o hábito de comer em excesso, isto porque sendo eles calóricos mas com baixo valor nutritivo não saciam e criam dependência. Por outro lado, estes alimentos provocam inflamação e a inflamação está na origem das doenças modernas mencionadas anteriormente.
Há dois tipos de nutrientes: os macronutrientes como a proteína, os hidratos de carbono e as gorduras e os micronutrientes como as vitaminas, os minerais e outros compostos necessários em pequenas quantidades para uma função metabólica normal.
Os hidratos de carbono e as gorduras são importantes para a saúde geral mas, à excepção de dois ácidos gordos, estes podem ser fornecidos pelo organismo por um curto período de tempo caso a ingestão de alimentos seja insuficiente. O mesmo não acontece com os micronutrientes e com os aminoácidos essenciais presentes na proteína que só podem ser obtidos através da alimentação.
Com base nisto, é vital optar por alimentos ricos em nutrientes como carne, peixe, ovos, fruta, vegetais e sementes e minimizar, senão mesmo dispensar, a ingestão de cereais, açúcares e alimentos processados. As gorduras saudáveis também têm um papel importante sendo um deles o de nos ajudar a absorver os nutrientes que obtemos noutros alimentos e o de nos ajudar a sentirmo-nos saciados.
E a qualidade passa por saber de onde vem o alimento que estamos a ingerir. Nas frutas e legumes, a qualidade passa por saber se é um produto local e orgânico livre de pesticidas, herbicidas e outros químicos. Na carne, lacticínios e ovos, a qualidade passa por saber se é de pastagem enquanto que no peixe passa por saber se é selvagem.
Importante saber é que após ser colhido, um alimento sofre alterações e o seu teor nutritivo tende a deteriorar-se o que explica por exemplo que um legume fora de época tem menos nutrientes do que um legume da época.
O intestino humano contém mais de 1000 espécies de bactérias conhecidas. A flora intestinal promove uma normal função gastrointestinal, protege de infeções, regula o metabolismo e representa mais de 75% do nosso sistema imunitário, razão pela qual o desregulamento da mesma está ligada a várias doenças.
Várias são as causas para esse desregulamento:
É importante perceber que não é preciso ter sintomas intestinais para ter o chamado intestino permeável. Este pode manifestar-se pelo aparecimento de problemas de pele como o eczema ou a psoríase, de doenças auto-imunes, de doenças mentais, de depressão, etc.
Torna-se óbvio que o ideal é manter então um intestino saudável para evitar que a flora intestinal seja destruída e que o efeito barreira intestinal não funcione. Isso passa por:
Já leste o nosso artigo sobre a dieta ideal? Clica aqui para leres.
Fomos feitos para sermos ativos fisicamente. No entanto, nos dias de hoje passamos horas e horas sentados, seja no trabalho seja em casa a ver televisão, a navegar na internet, nas redes sociais, etc. Passámos a ser mais sedentários quando o que precisamos mesmo é de mexer!
Não nascemos para ficarmos sentados o dia todo. Os nossos antepassados eram fisicamente ativos. Este sedentarismo tem um efeito devastador na nossa saúde, tanto a nível pulmonar e cardiovascular como em todo o sistema imunitário. A solução passa então por:
O ideal seria dormir 7 a 8 horas por noite, porém, hoje em dia muitos são os que dormem menos do que o necessário. Pode não parecer grave à primeira vista mas essa privação de sono pode ter consequências desastrosas e estar na origem de problemas como a obesidade, diabetes, doenças auto-imunes, etc.
Hoje em dia são numerosos os casos de insónia. Não é de estranhar se tivermos em conta o fato de vivermos numa sociedade que valoriza a produtividade e a atividade e que menospreza o descanso e o relaxamento. Para muitos, descansar significa ver televisão, navegar na internet ou usar um qualquer outro equipamento eletrónico. No entanto, isso não é descanso para o cérebro e para o corpo. Além de termos esquecido o quão importante é descansar, esquecemo-nos de como fazê-lo.
Para melhorar a qualidade do sono, é recomendado reduzir a exposição à luz artificial à noite. Para isso, é importante:
Importante também é adequar a hora da última refeição. Não convém deitares-te com o estômago muito cheio ou com fome. Algumas pessoas dormem melhor se optarem por uma refeição ligeira ao jantar, outros precisam de ingerir algum alimento antes de se deitarem. É importante perceber o que funciona melhor para ti e manteres essa rotina.
Já alguma vez ouviste o ditado que diz que uma hora de sono antes da meia-noite vale por duas horas depois? Isto explica-se pelos ciclos de sono em que o ciclo de sono profundo, que permite ao nosso corpo de regenerar, acontece na primeira parte da noite, aquela que começa antes da meia-noite, por isso deita-te mais cedo!
Todos concordarão que, apesar de muitas vezes não o quererem admitir, o stress afeta profundamente a nossa saúde geral. Por muito que se tenha uma alimentação adequada e nutritiva, que se pratique exercício físico e que se tome suplementos, se o stress não estiver a ser gerido como deve de ser, nada disto terá um verdadeiro impacto positivo na nossa saúde e poderá conduzir a doenças degenerativas como doenças cardíacas, diabetes, hipotiroidismo e doenças auto-imunes.
Muitos são os que se sentem derrotados pelo stress. Não é fácil gerir o stress, exige muito de nós, obriga-nos a desacelerar, a recuar e a desligar por uns momentos a corrente elétrica da vida moderna. Para gerir o stress, temos de aprender a olhar para nós e a sermos a nossa prioridade. Só assim, conseguiremos ser verdadeiramente saudáveis.
O stress não é mais que um distúrbio da capacidade que o corpo tem de regular o seu ambiente interno. As glândulas suprarrenais, situadas acima dos rins, são responsáveis pela libertação de hormonas em resposta ao stress tais como a cortisona, a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina.
Muitas pessoas estão conscientes de alguns tipos de stress que afetam as glândulas suprarrenais: agendas sobrecarregadas, trânsito, problemas financeiros, desentendimentos no casal, perda de emprego, e muitos outros desafios emocionais e psicológicos da vida moderna.
No entanto existem outras causas: oscilações do nível de açúcar no sangue, desregulamento intestinal, intolerâncias alimentares (principalmente ao glúten), infeções crónicas, toxinas ambientais, problemas auto-imunes, inflamação, treino excessivo, etc.
Hoje em dia quase toda a gente lida com pelo menos um dos factores acima mencionados, sendo que os sintomas mais habituais são:
Quando o stress se torna crónico e prolongado, o hipotálamo é ativado e obriga as glândulas suprarrenais a libertar uma hormona chamada cortisona. Esta hormona é normalmente libertada em quantidade superior de manhã ao acordar (é o que permite levantar-se e começar o dia), e diminui gradualmente ao longo do dia (razão pela qual nos sentimos cansados na hora de deitar e conseguimos adormecer).
Estudos recentes mostram que o stress crónico aumenta os níveis de cortisona e afeta o seu ritmo normal. É esta alteração do ritmo de libertação da cortisona que danifica o teu corpo. Entre outros efeitos, podemos destacar o seguinte:
No entanto, há rotinas que se podem estabelecer e que fazem a diferença:
Seguem algumas estratégias:
Há também práticas e técnicas que poderão ajudar-te a gerir o teu stress como por exemplo:
Outra forma de ajudar na gestão de stress é através da suplementação. Num mundo perfeito, onde tudo é feito de forma ótima, não seria necessário tomar suplementos. No entanto, nos dias de hoje sabemos que isso não é possível por causa da falta de descanso, do stress, do sedentarismo, dos químicos e toxinas que nos rodeiam, dos genes, dos antibióticos, etc.
Existe a suplementação de manutenção e a suplementação terapêutica. A primeira envolve os nutrientes essenciais necessários ao bom funcionamento do organismo mas que são de difícil obtenção mesmo para quem segue a dieta ideal. A segunda é para casos e objetivos específicos, como tratar uma condição de saúde ou um sintoma específico.
Relativamente aos nutrientes que deveriam ser suplementados, temos por exemplo:
Não, ficou o melhor para o fim 😉
Além da alimentação, do movimento, do sono e da gestão de stress, é essencial aprender a saborear e aproveitar o que a vida nos dá, os momentos de relaxamento, de conexão e de cura. Sentir prazer no que fazemos pode estimular o nosso sistema imunitário e prolongar a nossa vida. Temos de aprender a dar atenção plena ao que somos e à nossa vida. Os nossos pensamentos, as nossas crenças e emoções têm o poder de ajudar na cura, independentemente da condição de saúde. Para isso, não te esqueças de:
Seguindo os 4 aspetos chaves e procurando saborear a vida a cada dia, aprenderás a ter controlo sobre a tua saúde, a libertar-te das necessidades de droga, de cirurgias ou das visitas ao médico e descobrirás o caminho para uma vitalidade e felicidade natural que não imaginavas sequer ser possível alcançar!
Autora:
Elisabete Dias
Fonte original do artigo: Chris Kresser, MD