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Esta programação acontece sobretudo durante a infância e é influenciada pela forma como os pais e educadores lidam com as suas próprias emoções e também da segurança que a criança sente para exprimir todas as suas emoções. Quando crescemos com adultos que escondem e reprimem as suas emoções, aprendemos a fazer exatamente o mesmo sem termos a consciência de que estamos a ir contra a natureza do nosso corpo.
O problema vai muito além dos pais e educadores. A sociedade em geral não dá à criança o espaço e a segurança que ela precisa para exprimir as suas emoções e ela passa a acreditar que algumas emoções não são bem-vindas, que é errado expressá-las.
Alguns exemplos que levam a esta crença:
A realidade é que não só não é possível selecionar as emoções que queremos sentir como tentar fazê-lo nos traz várias consequências negativas, pois estamos a ir contra a natureza biológica do nosso corpo.
As emoções são uma reação automática, e inconsciente, a um estímulo ambiental ou cognitivo. Elas estão biologicamente programadas no nosso sistema e têm uma razão de ser. As emoções são o nosso sistema de orientação para a vida, elas permitem-nos distinguir aquilo que nos é favorável daquilo que não é. Não é à toa que sentimos medo quando a nossa sobrevivência é ameaçada. O medo é um mecanismo de proteção inconsciente do nosso corpo.
Claro que ao longo da vida podemos começar a sentir emoções de sobrevivência em contextos que não fazem muito sentido, como por exemplo, o medo de falar em público. Estas emoções associadas a determinadas situações surgem devido a experiências do nosso passado ou até do passado dos nossos ancestrais, que não ficaram resolvidas do ponto de vista emocional.
Portanto, não existem emoções negativas e sim emoções desconfortáveis. Quando estamos ansiosos com algo, nós sentimos uma sensação desconfortável no nosso corpo. E é deste desconforto que normalmente fugimos a sete pés.
Isto leva a outra questão importante que é muitas vezes mal entendida. Tendemos a acreditar que as emoções são produzidas pelo cérebro e, talvez por isso, também tendemos a racionalizar demasiado aquilo que sentimos. Na realidade, todas as emoções têm origem nos vários órgãos do corpo, não há nenhuma que seja criada pelo cérebro.
A emoção é a reação a um ou vários estímulos. Quando se trata de um estímulo ambiental, a informação do ambiente é captada pelos nossos sentidos e enviada para a mente para esta fazer a interpretação e sinalizar qual a vibração emocional que vai ser gerada pelo corpo. Quando o estímulo é cognitivo, significa que a vibração emocional é originada a partir de um pensamento ou do acesso a uma memória.
A partir daqui, há várias coisas que acontecem. Depois do corpo começar a gerar a vibração emocional adequada ao estímulo, inicia-se um processo fisiológico e hormonal e começamos a sentir a emoção e quaisquer pensamentos e sensações físicas que a acompanhem. E, para que este processamento emocional termine é necessário aguardar que a sensação da emoção desapareça, o que pode levar alguns segundos ou vários minutos, dependendo da intensidade da experiência.
Quando completamos todas as etapas anteriores, temos uma experiência emocional processada com sucesso. Contudo, se interrompermos ou rejeitarmos este processo de sentir, fazemos com que a experiência emocional fique incompleta e estaremos a aprisionar a energia da emoção no corpo.
Sempre que retemos uma emoção ficamos presos no meio do evento que experimentamos. É por isso que podemos sentir mágoa e ressentimento quando acedemos a memórias do passado, significa que não fizemos o processamento emocional adequado no momento em que aquela experiência emocional aconteceu.
Portanto, quando aprisionamos emoções significa que ao invés de ultrapassarmos um momento de raiva ou um ataque temporário de tristeza, ficamos com essa energia emocional dentro do corpo, o que nos mantém presos ao passado. Além disso, à medida que vamos acumulando bagagem emocional, estamos a aumentar cada vez mais as consequências negativas das mesmas.
Muito embora não sejam visíveis, as emoções aprisionadas consistem em energias bem definidas que têm forma e conteúdo e podem levar-nos a fazer suposições erradas, a reagir de forma exagerada a comentários inocentes, a interpretar mal um comportamento e a arruinar os nossos relacionamentos. Pior ainda, podem originar depressão, ansiedade e outros sentimentos indesejados que parece não conseguirmos afastar. E elas podem interferir até com o funcionamento correto dos nossos órgãos e tecidos, deteriorando a nossa saúde física e causando dores, fadiga e doença.
A maior parte das pessoas fica surpreendida ao descobrir que a sua bagagem emocional é mais literal do que alguma vez imaginaram. No entanto, por muito grande que possa ser o sofrimento, a energia invisível das emoções aprisionadas não será diagnosticada pela medicina convencional, mesmo que seja o fator responsável pelas dificuldades físicas e emocionais.
Eis os possíveis efeitos das emoções aprisionadas ou emoções não expressadas:
Resumindo, todas as emoções existem com um propósito muito importante e é natural sentir e expressar todas as emoções, evitando assim o aprisionamento da energia das mesmas. É contra natura reprimir, esconder e evitar as emoções.
Se começarmos a mudar a forma como olhamos para as emoções, especialmente para aquelas que apelidamos de negativas, começaremos a aceitá-las e a permitir a sua presença, em vez de as tentarmos afastar.
Não existem emoções negativas, existem emoções que provocam sensações desconfortáveis e que servem sobretudo para a nossa proteção e sobrevivência.
Espero que esta partilha sirva para mostrar a importância de aceitarmos e exprimirmos todas as emoções.
Com Amor,
Marta Cunha
Mentora e Praticante Certificada em Código da Emoção