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O alimento é o que nutre o corpo e nos torna saudáveis e fortes – especialmente quando o peso do bebé chega aos 9 kilos! Mas quais são os melhores alimentos? A pesquisa aponta claramente na direção dos princípios da Weston A. Price Foundation.
Inúmeros estudos apoiam os benefícios da amamentação. Alguns defendem que os bebés amamentados tendem a ser mais robustos, inteligentes e livres de alergias e de outras queixas como dificuldades intestinais. Outros estudos mostraram que os bebés amamentados têm taxas mais reduzidas de doenças respiratórias e infeções do ouvido.
No entanto, outros estudos mostram o contrário. Em 2001, um estudo descobriu que as crianças amamentadas tinham mais asma do que as alimentadas com leite de fórmula. Um estudo sueco descobriu que os bebés amamentados tinham a mesma probabilidade de desenvolver infeções de ouvido na infância e cancro infantil como os bebés alimentados com fórmula.
Então, o que é melhor para o bebé? Tudo se resume a nutrição. O leite materno saudável está desenhado de forma perfeita para o desenvolvimento físico e mental do bebé, mas isso só é verdade quando a mãe fornece os nutrientes certos ao seu corpo.
A típica dieta moderna é recheada de produtos à base de açúcar, farinha branca, aditivos, gorduras e óleos comerciais que não nutrem nem reparam as nossas células. Os nutrientes adequados são necessários para criar o leite materno que irá satisfazer todas as necessidades de um bebé em crescimento. Estes incluem proteínas de boa qualidade de alimentos como carnes alimentadas em pasto, gorduras de boa qualidade como a manteiga, óleo de coco, azeite, óleo de fígado de bacalhau e gemas de ovos, bem como alimentos ricos em hidratos de carbono complexos como vegetais, cereais integrais e legumes – pense em alimentos integrais, naturais e sazonais, com grande ênfase na gordura saudável.
Idealmente, a amamentação deve ser exclusiva durante os primeiros 6 meses e mantida como complemento até o bebé completar dois anos. O primeiro ano de vida requer um espectro completo de nutrientes, incluindo gorduras, proteínas, colesterol, hidratos de carbono, vitaminas e minerais. Uma vez que o leite materno já não é a única fonte desses nutrientes, onde devemos ir buscá-los?
Primeiro, faz do teu filho um “bebé de alimentos naturais”! Evita alimentos processados e refinados, tanto quanto possível, incluindo muitas marcas de alimentos para bebés; eles são geralmente desprovidos de nutrientes e têm ingredientes “indesejáveis”. É sempre melhor preparar o alimento do bebé a partir de alimentos frescos, naturais e se possível orgânicos. Existem marcas de melhor qualidade, sem aditivos e preparadas para bebés, mas ainda assim, o melhor é fazer a própria papinha para ter a certeza da qualidade – e fazer comida para o bebé coloca a mamã no caminho certo para a preparação da comida caseira durante os próximos anos.
Em segundo lugar, vai com calma e observa pois cada bebé terá a sua resposta perante diferentes alimentos. Introduz um novo alimento de cada vez e espera pelo menos 4 dias para descartar a possibilidade de uma reação negativa. Sinais de intolerância incluem vermelhidão ao redor da boca; inchaço abdominal, gás e distensão; irritabilidade, excesso de atividade e despertar durante a noite; constipação e diarreia; regurgitação frequente de alimentos; congestão nasal e/ou no peito; e erupção cutânea vermelha, rachada ou inflamada semelhante a um eczema.
Por último, respeita o minúsculo sistema digestivo, ainda em desenvolvimento, do teu bebé. Os bebés têm uma produção limitada de enzimas digestivas. Na verdade, demoram 28 meses, exatamente até à altura em que os dentes molares estão totalmente desenvolvidos, para que as enzimas de hidratos de carbono (nomeadamente a amilase) entrem em acção. Alimentos como cereais, grãos e pães são muito desafiadores para os pequenos digerirem. Por isso, esses alimentos devem ser alguns dos últimos a serem introduzidos. (Uma enzima de hidrato de carbono que o intestino delgado de um bebé produz é a lactase, para a digestão da lactose no leite).
O sistema digestivo imaturo do bebé permite que partículas maiores de comida sejam absorvidas. Se essas partículas atingirem a corrente sanguínea, o sistema imunitário envia uma resposta que leva a uma reação alérgica. Seis meses é a idade aconselhada para a introdução dos sólidos, no entanto, existem algumas exceções.
Os bebés produzem enzimas funcionais (pepsina e enzimas proteolíticas) e sucos digestivos (ácido clorídrico no estômago) que trabalham com proteínas e gorduras. Isso faz todo o sentido, já que o leite de uma mãe saudável contém cerca de 50-60% de gordura, essencial para o crescimento, energia e desenvolvimento. Além disso, o colesterol presente no leite humano fornece ao bebé quase seis vezes mais quantidade que a maioria dos adultos consome através da ingestão dos alimentos. Em algumas culturas, as recém mamãs são encorajadas a comer seis a dez ovos por dia durante pelo menos um mês após o nascimento. Esta dieta rica em gorduras garante que o leite materno contenha as gorduras saudáveis necessárias.
Assim, os primeiros alimentos sólidos de um bebé devem ser principalmente alimentos de origem animal, pois o seu sistema digestivo, embora imaturo, está melhor equipado para fornecer enzimas para a digestão de gorduras e proteínas ao contrário dos hidratos de carbono. Isso explica a razão pela qual as pesquisas atuais apontam a carne (incluindo os órgãos e miudezas) como sendo um alimento de desmame precoce e nutritivo.
Lembra-te, a quantidade de leite materno e/ou fórmula diminui quando os alimentos sólidos são introduzidos. Esta diminuição pode estar na origem de insuficiências em vários nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento normal do bebé. Quando o desmame começa, os nutrientes muitas vezes em falta são as proteínas, o zinco, o ferro e as vitaminas do complexo B. A carne contém esses nutrientes em grandes quantidades.
Infelizmente, o cereal é o alimento de desmame mais recomendado. Um estudo sueco sugere que quando as crianças recebem quantidades substanciais de cereais, elas podem sofrer de baixas concentrações de zinco e reduzir a absorção de cálcio.
Nos Estados Unidos, a Dra. Nancy Krebs dirigiu um grande estudo sobre crescimento infantil que descobriu que os bebés amamentados que ingeriam carne de pasto como alimento de desmame primário, a partir dos quatro ou cinco meses, cresciam a um ritmo um pouco mais rápido. O estudo de Kreb sugere que quantidades de proteína ou de zinco inadequadas na introdução alimentar podem limitar o crescimento de algumas crianças amamentadas durante o período de desmame. Mais importante ainda, os níveis de proteína e de zinco foram consistentemente mais elevados nas dietas dos bebés que ingeriram carne. Assim, o hábito de fornecer grandes quantidades de cereais e excluir as carnes antes dos sete meses de idade pode ter um impacto nas necessidades nutricionais do bebé.
A carne também é uma excelente fonte de ferro. O ferro heme (a forma de ferro encontrada na carne) é melhor absorvido do que o ferro derivado de fontes vegetais (não-heme). Além disso, a proteína da carne ajuda o bebé a absorver mais facilmente o ferro de outros alimentos. Dois estudos examinaram o estado do ferro em bebés amamentados que receberam carne no início do desmame. Embora os pesquisadores não tenham encontrado mudanças mensuráveis nas reservas de ferro quando os bebés receberam uma quantidade maior de carne, os níveis de hemoglobina (células que contêm ferro) que circulam na corrente sanguínea aumentaram. A carne também contém uma quantidade muito maior de zinco do que os cereais, o que significa que é absorvida uma maior quantidade deste mineral. Esses estudos confirmam as práticas dos povos tradicionais que davam carne – geralmente fígado – como primeiro alimento de desmame. Além disso, a incidência de reações alérgicas à carne é mínima.
Os médicos pediatras sabem há algum tempo que as crianças alimentadas com dietas com baixo teor de gordura e baixo nível de colesterol não crescem adequadamente. Afinal, a maioria do leite materno é gordo, em grande parte saturado de gordura. As crianças precisam de altos níveis de gordura durante todo o crescimento e desenvolvimento. O leite e as gorduras animais fornecem energia e também ajudam as crianças a construir músculos e ossos. Além disso, as gorduras animais fornecem as vitaminas A e D necessárias para a assimilação de proteínas e minerais, para o crescimento normal e a produção de hormonas.
Escolhe uma variedade de alimentos para que o teu filho receba uma variedade de gorduras, mas dá preferência às gorduras saturadas estáveis encontradas na manteiga, no óleo de coco, e nas gorduras monoinsaturadas encontradas no abacate e no azeite.
As gemas de ovos, ricas em colina, colesterol e outras substâncias que nutrem o cérebro, podem ser adicionadas à dieta do bebé a partir dos quatro meses, desde que o bebé o tome com facilidade. (Se o bebé reagir mal à gema de ovo nessa idade, pára e tenta novamente um mês depois.)
O colesterol é vital para o isolamento dos nervos no cérebro e todo o sistema nervoso central. Ele ajuda na digestão de gordura, aumentando a formação de ácidos biliares e é necessário para a produção de muitas hormonas. Como o cérebro é tão dependente do colesterol, é especialmente vital durante esse período, quando o crescimento do cérebro está em hipersensibilidade.
A colina é outro nutriente essencial para o desenvolvimento do cérebro. A prática tradicional de dar gemas precocemente é confirmada por pesquisas atuais. Um estudo publicado na edição de junho de 2002 do American Journal of Clinical Nutrition comparou os efeitos nutricionais da alimentação de bebés desmamados entre os 6 e os 12 meses de idade com gemas regulares, gemas de ovos enriquecidas e uma dieta normal. Os pesquisadores descobriram que tanto as crianças amamentadas quanto as amamentadas que consumiram as gemas, melhoraram os níveis de ferro quando comparadas às crianças que não consumiram. Além disso, aqueles bebés que receberam as gemas enriquecidas com ácidos gordos extras apresentaram níveis de DHA entre 30% e 40% mais elevados do que aqueles que foram alimentados com gemas normais. Não foi observado efeito significativo sobre os níveis de colesterol no sangue.
Assim, a melhor escolha para o bebé são as gemas de galinhas alimentadas a pasto criadas com farinha de linho, farinha de peixe ou insetos, uma vez que contêm níveis mais altos de DHA. Porquê apenas a gema? A clara é a parte que mais frequentemente causa reações alérgicas, portanto, espera para dar claras de ovos até o teu filho completar um ano.
Podes colocar uma pitada de sal na gema de ovo. Apesar de muitos livros advertirem contra o facto de dar sal aos bebés, o sal é essencial para a digestão assim como para o desenvolvimento do cérebro. Usa sal marinho não refinado para fornecer uma variedade de minerais.
Observa os sinais do teu bebé. Quando as crianças estão prontas para os sólidos, elas começam a inclinarem-se para a frente ao ver a comida e a abrir a boca de forma a preparem-se para comer. Além disso, os bebés devem ser capazes de sentar e coordenar a respiração com a deglutição. Por fim, as crianças param de empurrar a língua para fora quando uma colher ou um pedaço de comida é colocado na sua boca – um reflexo comum em bebés que desaparece por volta dos quatro meses de idade.
Tem em mente que todos os bebés são diferentes e não irão gostar ou tolerar os mesmos alimentos ou texturas. Experimenta oferecer alimentos diferentes com várias texturas. Lembra-te, só porque o teu bebé não gosta da comida na primeira vez em que é introduzida, não significa que ele não vai gostar da segunda vez. Continua a oferecer a comida sem nunca forçar.
Fonte: Weston A. Price Foundation
Autora:
Marta Cunha