2016 foi provavelmente o ano mais desafiante da minha vida e foi por causa de problemas de saúde que me vi forçada a parar e a re-avaliar a forma como eu estava a viver.
Tinha aprendido a viver para servir os outros, tudo era mais importante do que eu e, por isso, tinha imensa dificuldade em escutar o meu corpo. Eu via os sinais, mas não os entendia.
Então colapsar foi a solução mais óbvia que o meu corpo encontrou. Ele falou alto e bom som: se não paras a bem, paras mal.
Tinha acabado de ser mãe de gémeos e a família aumentou repentinamente para 5! Além da exigência de ser mãe de 3 crianças muito pequenas e da enorme adaptação familiar, o aumento do agregado familiar trouxe vários medos à tona.
Eu estava a viver sempre em esforço emocional, levada pelas crenças sobre aquilo que eu deveria ser, fazer, ter… e o meu casamento estava a refletir a desordem que havia dentro de mim.
Para piorar, a doença que me acompanhava desde 2006 e que estava “adormecida”, voltou a dar sinais. Comecei a sentir dores diárias novamente e vários outros sintomas que os médicos não conseguiam explicar.
Eu fazia uma alimentação muito cuidada desde 2010, gastava centenas de euros em especialistas de nutrição ortomolecular, naturopatia e medicina tradicional chinesa, e nada me ajudava a melhorar.
A gota de água foi em Agosto de 2016 quando a minha mãe decidiu sair de casa depois de 40 anos de casamento. Fui completamente envolvida no processo de separação, e o desgaste emocional manifestou-se fisicamente.
Em Setembro desse ano fui internada com uma infeção grave que demorou 6 dias a ser diagnosticada. Lembro-me da sensação de sobrecarga e impotência no momento em que me disseram que teria de ser operada, algumas semanas após a separação dos meus pais. Eu não acreditava que aquilo estava a acontecer naquele momento… Além disso, os gémeos tinham apenas 1 ano, eu ainda amamentava e nunca tinha estado separada deles.
Fiquei internada 13 dias e saí do hospital extremamente debilitada e dependente de ajuda para cuidar dos meus filhos e da casa. E, a partir dali foi um processo de reabilitação muito lento.
Aquilo que me ajudou a re-erguer foi a determinação da minha Alma! Apesar de tudo, apesar de sentir que o meu corpo estava contra mim e de eu sentir que nada fluía, havia uma força dentro de mim que nunca me deixou desistir!
Essa força interior fez-me questionar crenças, ciência, sistemas… e trouxe-me até aqui. Trouxe-me à cura e à vida que nunca imaginei viver!