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Estar com os filhos 24h/24h e lidar com as exigências do trabalho, as tarefas, a gestão da casa, as atividades escolares, estando atenta às notícias e lidando com os vários medos que surgem influencia o nosso comportamento e a forma como escolhemos estar e comunicar com os nossos filhos e com o nosso companheiro.
A energia inicial pode começar a ser abalada pela saudade de sair à rua e voltar à “vida normal”, pela saudade de estar com a família e com amigos, pela necessidade de fazer coisas acontecerem, de fazer coisas diferentes, de dar continuidade a projetos que estavam em andamento, etc. E tal como nós, a energia dos nossos filhos e do nosso companheiro também pode ser abalada por várias razões. São essas necessidades não satisfeitas que drenam a nossa energia, tão importante nesta fase.
Nós não somos o nosso comportamento.
O comportamento (nosso, do nosso filho, do nosso companheiro) representa apenas a parte visível do iceberg, é através dele que comunicamos o que está a acontecer no nosso interior. Por isso, é tão importante percebermos o comportamento em vez de nos limitarmos a corrigi-lo. Quando corrigimos, a necessidade continua lá e voltará a emergir através de outro comportamento, parecido ou diferente do anterior.
É importante observarmos e percebermos as necessidades psicológicas e emocionais por detrás dos comportamentos, sabendo que, tal como nós, os nossos filhos nem sempre escolhem o comportamento que melhor expressa a necessidade em falta num determinado momento. Daí as birras, as zangas, as respostas “tortas”, o descontrolo, etc.
O truque é apostarmos na curiosidade face a um comportamento. Em vez de julgarmos o nosso filho, podemos reconhecer o que ele está a sentir e conversar/fazer perguntas para percebermos o que o leva a sentir-se assim. Em vez de classificar o comportamento como “bom” ou “mau”, podemos ajudá-lo a encontrar formas de se sentir melhor.
Tendo como base o modelo LASEr criado pelo master coach Pedro Vieira, existem 4 grandes grupos de necessidades psicológicas e emocionais (cada um identificado com uma cor). Para exemplificar, irei usar exemplos relacionados com crianças, no entanto eles são válidos para os adultos, basta para isso refletirmos sobre a forma como cada necessidade se expressa através dos nossos comportamentos.
Uma criança com energia laranja:
→ Quer experimentar coisas novas e ir a sítios diferentes.
→ Gosta de inventar brincadeiras e aborrece-se facilmente.
→ Não gosta de estar/brincar sozinha.
→ Normalmente é uma criança extrovertida, bem-disposta e enérgica que fala e interage bastante e que gosta de ter estímulos diferentes daqueles a que está habituado.
O que privilegiar:
Rir; ler/contar piadas e anedotas; dançar; organizar surpresas; ir alterando as rotinas; atividades ao ar livre; brincadeiras divertidas; inventar novas brincadeiras; encenar peças de teatro com disfarces, inventar receitas com ingredientes em casa, pique-nique na sala, etc.
Uma criança com energia vermelha:
→ Liga muito à valorização pessoal através da competição, dos elogios e da autoconfiança.
→ Quer ser o centro das atenções.
→ Quer ser reconhecido pelos pais e pelos outros.
→ Normalmente é uma criança determinada, sabe o que quer e quer liderar.
O que privilegiar:
Atividades em que se delegue responsabilidade, dando autonomia à criança; permitir que ela participe ativamente em algumas decisões; permitir que ela escolha atividades a fazer; dar hipótese para liderar um jogo/uma brincadeira; fazer um concurso de talentos, ser o cozinheiro do dia, etc.
Uma criança com energia azul:
→ Quer entender como as coisas funcionam.
→ Precisa de rotinas, sente dificuldades a adaptar-se a novas rotinas.
→ Normalmente é uma criança indecisa, mais introvertida ou pouco faladora e não gosta de ser o centro das atenções.
→ Quando tem de fazer algo diferente, precisa de conhecer primeiro os detalhes todos e perceber como as coisas vão acontecer.
→ Quando gosta de algo, um livro/uma brincadeira, é capaz de passar muito tempo a fazer a mesma coisa e procura obter um conhecimento profundo desse algo.
O que privilegiar:
Rotinas e planeamento de forma a que a criança saiba com que contar com antecedência; explicar o que está a acontecer; oferecer estímulos intelectuais através de jogos didáticos, puzzles, pesquisas na internet sobre um tema específico; momentos de leitura, criar um espaço seguro em casa onde ela se possa recolher; organizar / triar brinquedos ou roupas; ver vídeos ou fotos da família, etc.
Uma criança com energia verde:
→ Gosta de estar em família.
→ Gosta de abraços, de carinho, de toque.
→ Preocupa-se com o bem-estar dos outros.
→ Normalmente é uma criança tranquila e empática que gosta de brincar, de comunicar, de se relacionar com os adultos e crianças que a rodeiam.
O que privilegiar:
Expressar o nosso amor através de palavras e gestos; mostrar proximidade; momentos diários de conexão e presença plena; organizar atividades e brincadeiras em família; criar um mapa dos sonhos; criar um livro da família com histórias ou imagens; ligar a amigos, fazer desenhos/vídeos para partilhar com família e amigos, etc.
Ter consciência da(s) nossa(s) necessidade(s) permite-nos usar a carta da flexibilidade para encontrarmos formas saudáveis de satisfazer essas mesmas necessidades dentro do contexto em que estamos; permite-nos perceber o que podemos fazer para ajudar o nosso filho a satisfazer as suas necessidades; permite-nos encontrar formas de conciliar as diferentes necessidades de todos os membros da família mantendo o foco na relação.
Por isso, sabendo que:
Eu não sou o meu comportamento.
O meu filho não é o seu comportamento.
O meu companheiro não é o seu comportamento.
–> Que necessidades estão mais presentes no comportamento do meu filho agora?
–> Que necessidades estão mais presentes no meu comportamento agora?
–> Que necessidades estão mais presentes no comportamento do meu companheiro agora?
–> O que posso fazer / como posso contribuir para satisfazer essas necessidades?
Vamos explorar e cuidar uns dos outros?
Fiquem bem, fiquem em Amor.
Elisabete Dias
Coach e Facilitadora de Parentalidade Consciente