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Quando passamos por experiências dolorosas são ativados alguns mecanismos no corpo para garantir a sobrevivência. Um deles é a desconexão das sensações do corpo que normalmente acontece quando sabemos que a experiência dolorosa é inevitável. A mente dissocia-se do corpo para que a intensidade da sensação seja aparentemente menor. Isto acontece tanto com experiências físicas como emocionais e promove uma desconexão entre a mente e o corpo. No fundo, a pessoa diminui a sua consciência corporal.
Quando estamos desligados do corpo, não escutamos as suas mensagens, não percebemos as suas verdadeiras necessidades e, muito importante, não processamos as nossas emoções completamente.
As emoções são energia originada pelo corpo como resposta a um estímulo externo ou interno. Quando não as processamos completamente, a energia fica presa no corpo e começamos a criar bagagem emocional.
Em alguns casos, a bagagem emocional é tão pesada que a ligação com o corpo pode ser uma experiência assustadora. É como abrir as comportas de uma barragem. A água é tanta que a experiência é avassaladora, então a pessoa procura manter as comportas sempre fechadas para se sentir segura.
Esta desconexão entre a mente e o corpo impede-nos também de aceder a informação importante do corpo. O corpo é naturalmente atraído pela energia positiva e repelido pela energia negativa, ou seja, o corpo sabe o que é bom ou mau para ele. Todos os seres vivos são assim, por isso é que as plantas crescem em direção ao sol – energia positiva – e os peixes se afastam da água poluída – energia negativa.
Além da sabedoria inata, o corpo tem também a sabedoria dos nossos ancestrais, gravada no nosso DNA. O corpo é muito sábio!
Quando estamos desligados do corpo, deixamos de o escutar e de respeitar esta sabedoria. O ego faz-nos acreditar que a mente sabe mais do que o corpo, deixamos de viver alinhados com a sabedoria do corpo e é precisamente aqui que a doença e os problemas começam a aparecer. Passamos a confiar mais naquilo que os outros dizem sobre o nosso corpo do que no próprio corpo.
E, enquanto tentarmos resolver os problemas do corpo com a mente, nunca iremos ter sucesso. O corpo é sábio, a mente é egóica. A mente tem muita dificuldade em deixar a razão de lado, em deixar ir a necessidade de ter explicação para tudo e de estar em controle.
Resolver um problema crônico, seja emocional ou físico, acontece muito mais rápido quando nos permitimos deixar de ser mentais e mergulhamos no corpo. Daí a importância de trabalharmos a (re)conexão entre a mente e o corpo pois, sem ela, é muito difícil chegar à cura.
Através de uma escuta ativa do corpo e da prática da consciência corporal que é fundamental para estabelecer a ligação corpo-mente, para nos conectarmos connosco de uma forma inteira e aumentarmos a consciência da influência do nosso ambiente.
A consciência corporal capacita-nos a autoconhecer o nosso próprio corpo, as suas condições, limitações e necessidades. Escutar e sentir os sinais que o corpo nos dá permite-nos perceber como o corpo reage aos estímulos internos e externos. Este autoconhecimento é essencial para percebermos, por exemplo, quais os alimentos que nos são mais adequados, quantas horas de sono eu preciso para estar em forma ou como é que eu lido com as minhas emoções.
O corpo está em constante reação ao ambiente, inclusive aos nossos pensamentos. Quando temos esta consciência, também percebemos o quanto os pensamentos afetam a fisiologia do corpo e as emoções que sentimos. Só assim conseguimos realmente atingir o bem-estar físico, mental e emocional.
A consciência corporal adquire-se com a prática consistente de colocar a atenção no corpo e isso pode ser feito de diversas formas. A primeira coisa a fazer é estabelecer essa intenção e assumir esse compromisso connosco. Depois, existem diversas práticas que nos ajudam a aumentar a consciência corporal e cada um deve procurar aquela que é mais natural ou atraente para si. Alguns exemplos incluem a prática de yoga, pilates ou dança; exercícios de respiração consciente; meditação e/ou utilizar os sentidos do corpo – paladar, audição, tato, visão e olfato – de forma consciente. Esta prática deve ser feita com curiosidade e sem julgamento. Caso contrário, estaremos novamente a ser dominados pela mente.