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De repente, vemo-nos no papel do cuidador e do protetor, tudo à nossa volta parece ameaçador e assustador, as emoções “negativas” tornam-se o grande inimigo.
À medida que os nossos filhos crescem, sentimos a necessidade de estarmos devidamente preparados para emergir em caso de potencial perigo ou para resolver qualquer situação ou desafio que eles tenham. Servimos como que de escudo nos momentos de frustração, de ansiedade, de desilusão ou de tristeza… e isso é perfeitamente normal. Ninguém gosta de ver o seu filho sofrer.
No entanto, esta nossa ânsia de querer resolver os “problemas” dos nossos filhos ou de protegê-los dos potenciais perigos ou das emoções mais desafiantes pode acabar por contribuir para que eles se sintam mais ansiosos e fragilizados. Em vez de os estarmos a ajudar, o que nós assumimos como sendo a nossa responsabilidade pode impedir que eles aprendam a conhecer-se e a desenvolver-se emocionalmente de forma saudável.
Vejo-me ainda algumas vezes nessa situação, mais com o meu filho mais velho. Durante muito tempo via os seus desafios como sendo os meus desafios, como algo que me definia a mim pela mãe que eu era. Se ele chorava por não conseguir chegar a um objeto, eu estava lá para lho dar. Se ele se zangava por não conseguir apertar o botão das calças ou os atacadores, eu resolvia de imediato. Se ele se sentia triste por um amigo lhe ter magoado, eu fazia o que podia para lhe “tirar” essa tristeza. Se ele tinha medo de alguma coisa, eu garantia que nunca mais teria de se preocupar com isso. Se ele partilhava comigo um desafio na escola, eu enchia-o de soluções para ele saber como fazer da próxima vez. Se ele ficava frustrado por não conseguir fazer um trabalho de casa, eu indicava-lhe a resposta… E depois ficava surpreendida, e muitas vezes irritada, por ele dizer tantas e tantas vezes “eu não consigo”, “não sei fazer”, “não sou capaz”, “anda lá, ajuda-me”, “tu é que sabes”…
A Parentalidade Consciente trouxe-me uma nova perspetiva, aquela que permite hoje o meu filho vivenciar uma plenitude de emoções, aprender mais sobre si e responsabilizar-se mais relativamente às suas escolhas e aos seus comportamentos. Ainda há dias em que caio na tentação de o “salvar” mas já estou mais consciente 🙂
Por isso, hoje gostaria de partilhar algumas opções de forma a não limitar a autonomia dos nossos filhos:
Por muito que queiramos, não conseguimos estar sempre ao lado dos nossos filhos, prontos a intervir poupando-os dos dissabores da vida. Enquanto pais, podemos transmitir-lhes as ferramentas certas, dar-lhes o espaço que eles precisam, o nosso apoio, experiência e compaixão e o nosso amor incondicional para que eles possam desenvolver-se emocionalmente ao seu ritmo, à sua maneira e confiando no seu próprio potencial.
Um abraço de coração,
Elisabete Dias
Coach e Facilitadora de Parentalidade Consciente