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Há já muitos anos que ando de bicicleta com o meu pai e, sendo ele invisual, a nossa bicicleta é um belo tandem de dois lugares, pelo que não passamos despercebidos na estrada 🙂
Durante muitos anos, o nosso objetivo foi o de ter um momento pai-filha, praticar um desporto que ambos gostávamos, visitar sítios novos e percorrer caminhos que nos maravilhavam.
No entanto, em 2013 marcámos o nosso primeiro verdadeiro desafio: ir a Fátima de tandem com partida de Braga. Treinámos bastante na altura mas não chegámos a ir devido a alguns imprevistos que surgiram.
Hoje, porém, dou-me conta que esses imprevistos serviram de desculpa para eu não ter de lidar com o medo que esse desafio me suscitava: medo de falhar, medo de não chegar à meta, medo de ficar desiludida, medo de algo correr mal e eu não estar à altura para lidar com isso… Por muito que treinássemos, eu achava que nunca era o suficiente, que não estava fisicamente preparada e pensava em todas as razões pelas quais o nosso desafio não seria bem sucedido.
Ouvia também o que os outros me diziam, os que acreditavam em nós e nos motivavam e os que nos alertavam dos perigos, das dificuldades que enfrentaríamos, da necessidade de mais preparação, das tentativas falhadas de outros que conheciam… E guardava em pensamento apenas as palavras daqueles cujas alertas faziam crescer ainda mais em mim as dúvidas, os medos e as razões para não levar o desafio avante. Hoje sei que as palavras que eu ouvia retratavam apenas uma verdade, a verdade do outro, os seus próprios medos e as suas próprias crenças.
Eu não estava consciente do facto que eu própria estava a boicotar a nossa aventura a Fátima por causa dos meus medos, das minhas crenças, da minha necessidade de controlo e da minha falta de confiança em mim e nos meus recursos.
É impressionante o quanto conseguimos interferir negativamente até nas coisas que são importantes para nós!
Hoje temos nova data definida para o desafio Braga- Fátima de tandem: partida a 15/10!
Sei que tudo vai correr como tiver exatamente de correr, e apesar disso soar banal, retira muito peso e faz com que o desafio não pareça assustador . Ajuda-me a sentir-me tranquila e confiante. Há tantos fatores que não dependem de mim e que, por isso, eu não controlo e nunca irei controlar (por muito que eu queira :P), pelo que lutar constantemente contra esses fatores ou antecipar em pensamentos o que ainda nem sequer aconteceu de nada me serve e de nada serve o meu objetivo. Posso escolher pensar em tudo o que pode correr mal, deixar-me influenciar pelo medo dos outros, usar o meu tempo para magicar e rever centenas de vezes o meu plano até sentir que tenho tudo sob controlo, como posso também escolher relaxar, seguir o plano que eu defini e acredito ser o melhor para o nosso objetivo e deixar que as coisas aconteçam tal como tiverem de acontecer, aceitando-as e lidando com elas à medida que forem acontecendo.
É aí que entra a ÚNICA parte que eu controlo realmente: as escolhas que eu faço, os pensamentos que eu tenho, a forma como eu me quero sentir, os recursos aos quais eu decido aceder, a flexibilidade e a confiança face aos acontecimentos que eu não controlo… tanta coisa que temos à nossa disposição e que por vezes nos esquecemos de usar…
“Courage is not the absence of fear; courage is fear walking.” Susan David
Isto é: ter coragem não significa não ter medo; ter coragem é caminhar lado a lado com o medo.
Permite-te ter medo. Não trates o medo como um inimigo, trata-o com compaixão. Quando o evitas, menosprezas ou ignoras, dás-lhe a oportunidade de ele se apoderar de ti, quando o encaras e aprendes a conhecê-lo, retiras-lhe poder. Procura perceber qual a origem do medo que sentes perante determinada situação, desafio ou pessoa, questiona-te e questiona esse teu medo e descobre a razão dele estar presente de forma a obteres as respostas que precisas para avançar lado a lado com ele rumo aos teus objetivos.
Podes acompanhar a minha aventura aqui: eli_magiclife_coach
Autora:
Elisabete Dias