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O BPA ou bisfenol A, por exemplo, é um dos mais estudados disruptores endócrinos que existe. Estudos animais sugerem que a exposição atual ao BPA pode afetar três gerações futuras. Ele está presente em coisas como o revestimento de alimentos enlatados, recipientes de plástico que usamos para guardar alimentos, garrafas de água e até mesmo nos revestimentos térmicos das caixas registradoras. O BPA tem sido relacionado com uma série de doenças, mas principalmente com cancros hormonais da mama e da próstata, síndrome do ovário policístico e puberdade precoce.
Mas o BPA é apenas um dos disruptores endócrinos (DEs). Os ftalatos e o triclosan são outros químicos que desequilibram o nosso sistema hormonal, e podemos encontrá-los em produtos usados no nosso dia-a-dia bem como no ambiente, inclusive na água da torneira.
As pesquisas feitas nos últimos 25 anos relacionam os desreguladores endócrinos com muitos problemas de saúde, incluindo distúrbios reprodutivos masculinos e femininos, morte prematura, obesidade e diabetes, impactos neurológicos, cancro da mama, endometriose, distúrbios imunológicos, cancro do fígado, osteoporose, doença de parkinson, cancro da próstata e distúrbios da tiróide.
De acordo com o Instituto Nacional de Ciência da Saúde Ambiental, os disruptores endócrinos são substâncias químicas que podem interferir no sistema endócrino do corpo e produzir efeitos adversos no desenvolvimento, na reprodução, no sistema neurológico e imunológico tanto em seres humanos como na vida selvagem. Acredita-se que o dano seja mais grave durante a exposição pré-natal ou gravidez precoce. (1)
“Desde o dia da concepção até ao nascimento do bebé, o desenvolvimento de cada estágio da vida está totalmente sob o controlo hormonal. As mudanças que acontecem durante o desenvolvimento são muito menos reversíveis [do que as que ocorrem em um adulto]; não se pode voltar atrás e reprogramar o cérebro.”– Theo Colborn, Ph.D., zoólogo, fundador e presidente da Endocrine Disruption Exchange
O sistema endócrino é composto por todas as diferentes hormonas do corpo e regula todos os processos biológicos do mesmo, desde a concepção até à velhice. Isso inclui: (2)
Os seus principais componentes são:
Quando se trata de produtos químicos, parece lógico pensar que doses mais altas são mais perigosas porque os impactos na saúde são imediatos e óbvios (por exemplo com os pesticidas). Mas quando falamos de disruptores endócrinos, o caso muda de figura, pois mesmo doses minúsculas podem levar a efeitos devastadores para a saúde. O que acontece é que, às vezes, esses impactos na saúde só se manifestam após anos ou décadas da exposição. E, ao contrário dos envenenamentos de alta dose, não é tão fácil fazer a conexão da causa e efeito.
Investigadores têm feito descobertas que mostram como os químicos desreguladores do sistema endócrino afetam a saúde humana. E não é bonito.
O nosso sistema hormonal é tão delicado que até mesmo pequenas exposições a certos químicos, em pontos-chave do nosso desenvolvimento, podem levar ao aparecimento de doenças mais tarde. Cientistas membros da Endocrine Society emitiram um relatório em que afirmam o seguinte:
“Apresentamos a evidência de que os disruptores endócrinos têm efeitos sobre a reprodução masculina e feminina, desenvolvimento da mama e cancro, cancro da próstata, neuroendocrinologia, tiróide, metabolismo e obesidade e endocrinologia cardiovascular.” (3)
Com mais de mil disruptores hormonais por aí, os cientistas do Environmental Working Group criaram uma lista dos 12 mais perigosos e proeminentes, e que devem ser evitados. São eles:
Os plásticos libertam químicos para os alimentos ou água, especialmente quando são aquecidos. É mais seguro optar por recipientes de vidro sempre que possível e nunca aquecer as refeições em recipientes de plástico. É preciso também muita cautela com os alimentos enlatados devido à contaminação por BPA, portanto, os alimentos frescos ou congelados são sempre escolhas melhores.
A maioria dos detergentes contêm químicos que são disruptores endócrinos como os ftalatos. O ideal é fazer os próprios detergentes em casa ou comprar produtos mais naturais.
Escolher uma abordagem mais natural para o controlo da natalidade é mais seguro do que as formas hormonais de contracepção. As pílulas anticoncepcionais convencionais são formas sintéticas de estrogénio e progestina. A adição de hormonas não naturais no organismo prejudica o equilíbrio hormonal natural do corpo, resultando em efeitos secundários indesejados. Os preservativos e os DIU não hormonais são opções mais saudáveis que devem ser consideradas.
Uma pessoa comum usa normalmente 9 produtos diferentes por dia, para higiene e cuidado pessoal, que, de acordo com a EWG, contêm 126 ingredientes diferentes. Embora a lista de disruptores endócrinos nos cosméticos seja longa, aqui está um ótimo truque para eliminar rapidamente os produtos que provavelmente contêm ftalatos: Lê a lista de ingredientes e evita os que tiverem “fragância” ou “perfume” pois são termos gerais que podem incluir mais de 3000 produtos químicos que geralmente têm ftalatos.
O que comemos e bebemos está muito relacionado com a quantidade de disruptores hormonais que acabamos por ter no corpo. Uma dieta anti-estrogénica assenta em três cuidados principais: comer mais abaixo na cadeia alimentar, comer menos alimentos processados e quimicamente carregados e suplementar a dieta com compostos que diminuem o excesso de estrogénio e ajudam o corpo a eliminar as hormonas em excesso. Na prática significa:
Os produtos químicos podem estar em praticamente todo o lado, mas podemos fazer alterações simples que reduzem bastante a nossa carga pessoal de desreguladores endócrinos e a que passamos para os nossos filhos.
Autora:
Marta Cunha